Este Green Paper poderia não terminar. Mas ao longo dele estão referidos os problemas sentidos: Os sistemas são lentos! Há falta de informação necessária, áreas críticas não estão cobertas. Os Sistemas não são amigos do utilizador. Baixa fiabilidade. Falta de integração – informação e aplicações. Falta protecção e confidencialidade da informação. Falta Segurança, Integridade e Preservação da Informação. Faltam a formação, o suporte, o desenvolvimento e o nível de serviço. 

É refletido sobre uma possível hierarquização dos problemas, em volta de quatro problemas de fundo: A obsolescência tecnológica e funcional; a segurança; a regulação, normalização, fiscalização e controlo de qualidade; a interoperabilidade. A que acresce uma questão organizacional fundamental: o modelo empresarial da SPMS.

Coloca-se a dúvida sobre as políticas de centralização e de imposição. Hoje isso é benéfico ou é prejudicial? E no futuro imediato?

É fácil desejar-se sol na eira e chuva no nabal. Selecionam-se questões sobre que talvez seja necessário tomar decisões, passando das palavras aos atos e assumindo as consequências: a centralidade no cidadão, o papel do processo clínico, que fazer com a inovação, o que compete ao estado.

Se nada for feito, identificam-se alguns riscos que podem merecer avaliação. O risco operacional e o risco funcional. Se nada for feito convirá avaliar se os sistemas de informação podem constituir um risco muito grave para as reformas e mudanças no SNS e no sistema de saúde, e representar até numa hipoteca do futuro.

Constata-se um sentimento profundo de desgoverno estratégico, que justifica só por si a necessidade de um amplo debate, pois estratégia existe publicada mas poucos se aperceberam dela ou se consciencializaram do que traz de novo e se é de facto útil.

Mas, seja qual for a estratégia, poderão ser implementadas medidas de melhoria com bons e duradouros resultados sem consenso sobre dois pilares fundamentais: o modelo de governação e o modelo de financiamento? Estarão estes modelos suficientemente claros para permitir um consenso? Será necessário construir o consenso?

Transição Digital.
Como estamos cinco anos depois?

Recordemos: este Green Paper data de 2017.

Cinco anos depois, em 2022, a APEGSAUDE vai proceder â revisão e atualização dos temas abordados.

Temos finalmente o impulso necessário?

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