Paulo Sousa, Presidente do SUCH Serviço de Utilização Comum dos Hospitais foi o orador convidado a 15 Junho.
Falou aberta e apaixonadamente sobre a organização a que preside.

O comentário de encerramento, a jeito de conclusão,
por
Francisco Reymão
Presidente do Conselho para a Inovação da APEGSAUDE


“Queria começar por felicitar o palestrante, Dr. Paulo Sousa, pela brilhante lição que nos deu sobre a história e a função dos serviços que tutela.

Numa altura onde todos os dias somos confrontados com inúmeros problemas estruturais na Saúde – problemas esses que a pandemia conseguiu disfarçar por algum tempo – é bom ver que ainda há casos de sucesso no Sistema Nacional de Saúde e de facto o SUCH, é um caso de sucesso neste nosso ecossistema da saúde.

O Dr. Paulo Sousa referiu por inúmeras vezes – e eu tomei boa nota – a “longevidade” e o “segredo” do SUCH no panorama da saúde em Portugal. Para quem não sabe, o SUCH foi criado no longínquo ano de 1966, na altura com o conceito de “Utilização Comum”, isto porque já nesta altura era muito evidente que a complexidade técnica e económica das funções de apoio à gestão hospitalar precisava de um modelo de suporte deste tipo.

Passados estes anos todos, o Core da sua essência mantém-se atual, apenas teve uma atualização de designação passando a ser chamado por “Serviços Partilhados”.

Atualmente é constituído por 14 unidades de prestação agregadas em 4 clusters, planeadas e organizadas para atuarem sempre junto da Gestão Hospitalar; estamos a falar de empresas com volume de faturação que vai dos 3M€ aos 35M€ e um volume consolidado de 140M€.

Tem que haver de facto um segredo nesta longevidade de prestação de serviços, numa área com uma latitude de intervenção tão ampla e com inúmeras especificidades locais e regionais.

O Dr. Paulo Sousa apresentou, de forma muito clara, os 3 pilares que em sua opinião consubstanciam esse segredo e essa longevidade e que passo a referir:

  1. Não fugir ao serviço comum aos associados; os associados não gerem o SUCH mas tem uma voz ativa e estão sempre próximos;
  2. Especificidade hospitalar, assumir de uma forma muito clara que não são players da saúde, apenas prestam apoio à gestão hospitalar;
  3. Constitui-se e mantém-se como uma opção de mercado, pois os hospitais têm total liberdade de escolha e de autonomia para contratar fora do âmbito do SUCH.

Eu diria, que esta coerência de funções, associada a uma boa estrutura funcional, uma empresa que funciona, é eficiente, no que ao âmbito das suas funções diz respeito e vai ao encontro das necessidades dos seus associados, é o garante desta longevidade e deste segredo.  

Eu trabalhei vinte anos nos Serviços Partilhados de um grupo privado da saúde e sei bem a dificuldade que foi e que continua a ser, conseguir agregar todas essas especificidades locais e particularidades regionais, mesmo sem liberdade de escolha. 

Por ultimo e para terminar, gostava apenas de mencionar um aspecto que não foi referido em nenhuma intervenção e que em minha opinião aumenta de forma significativa a complexidade de atuação do SUCH, que é o facto de ter uma tutela bicéfala, com reporte hierárquico e funcional quer ao Ministério das Finanças quer ao Ministério da Saúde; ora todos nós bem sabemos que nem sempre tem interesses convergentes no que ao Serviço Nacional de Saúde diz respeito.

Dou assim por encerrada a sessão de hoje, agradecendo em nome da APEGSAUDE a todos os presentes a sua participação neste fórum.”

Programa
10h30 Receção de Participantes
11h00 O Futuro e a Inovação no Suporte Hospitalar
Paulo Sousa
Presidente do SUCH Serviço de Utilização Comum dos Hospitais
13h00 Fecho

Paulo Jorge Rendeiro Correia de Sousa
Presidente do Conselho de Administração do SUCH

Nota Curricular

Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1987), possui o Curso Avançado em Gestão Hospitalar – Porto Business School e diversos Cursos de Formação de Economia e Gestão, em especial da Área Hospitalar.

Exercia já, desde Julho de 2013, as funções de Presidente do Conselho de Administração do SUCH, corolário de um percurso profissional de 25 anos ao serviço da Associação.

No quadro das funções exercidas no SUCH até 2013, foi Vice-presidente do Conselho de Administração (2010-2013), Presidente da empresa EAS e Vogal do Conselho de Administração do Such/Veolia ACE. Ocupou o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Valorhospital S.A., o cargo de Presidente do Conselho de Administração do Somos Ambiente ACE (2010-2014) e o cargo Vogal Não Executivo deste ACE (2008-2010), acumulando com as funções de Administrador Delegado Norte e Diretor do Cluster do Ambiente (desde 2006).

Exerceu ainda funções no SUCH, enquanto Vogal Não Executivo da Valorhospital S.A. (2001-2007), Diretor Regional do Norte (1993/2006), Subdiretor Regional do Norte (1992/93) e Assessor (1991/92).

Entre 1988 e 1991, foi Membro de vários gabinetes no Ministério da Saúde como Assessor do Ministro da Saúde e Adjunto do Secretário de Estado da Saúde (1989/91) e Administrador-Delegado do Hospital Distrital de Viana do Castelo (1988/89).

É Vice-presidente do Conselho Fiscal da Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal desde 2004 tendo desempenhado funções de Presidente entre 1996 e 2004. É Presidente do Conselho Fiscal do Centro Social da Vitória no Porto desde 1999 e Presidente do Conselho Fiscal do Yatch Club de Viana do Castelo.