Deixámos 2021 com uma esperança: a de vir a ultrapassar em breve a pandemia e podermos encarar o novo normal.

Entrámos em 2022, e este novo ano parece ser o ano em que tudo pode acontecer. Primeiro uma mudança política. O país optou pela estabilidade e um novo ciclo político vai começar. Espera-se um período de acalmia e desenvolvimento.

Como nos disse o Prof. Correia de Campos, é o tempo para as reformas.

Começámos dedicando atenção ao PRR, um instrumento estruturante e fundamental, e fomos ver como está a ser implementado pelos organismos do ministério da saúde.

Mas, vieram os 10 dias que mudaram o mundo.

A invasão da Ucrânia pela Rússia foi o detonador. Esperam-se alterações em todos os domínios.

A política vai estar diferente, e a economia, então deixa em estilhaços os planos e promete o inesperado, uma crise de que ninguém sabe bem os contornos, se de inflação, se de estagflação. Seguramente de incerteza financeira.

Concordamos que é tempo de reformas e rápidas, porque nada vai ficar igual.

As nossas prioridades serão:

1)
PRR Acompanhamento da execução pelos organismos.
Os investimentos são a maior injeção de dinheiros dos últimos anos. Necessitamos de conhecer onde vão ser aplicados e como vai ser a execução e o acompanhamento.
Organizaremos Sessões com a SPMS, a ACSS, o INFARMED e a IGAS.

2)
Grandes Hospitais: Como lidar com a Inovação?
É um dos grandes dilemas dos gestores hospitalares: como conciliar o acesso à inovação com a falta de planeamento financeiro.
Organizaremos em 2022 dois encontros dos Grandes Hospitais, um deles dedicado â Inovação. Outro, às Reformas.

3)
Cuidados Primários, o tempo das oportunidades?
A pandemia expôs as fragilidades. Faltam médicos, os doentes sem médico aumentam. O modelo USF marca passo, assente no voluntarismo e nos excessivos custos. E gera uma iniquidade óbvia no atendimento dos doentes. Por outro lado, o futuro está na mão das autarquias, como conciliar tudo isto sem perder o rumo?

Organizaremos em 2022 um Fórum Cuidados Primários Que Futuro? envolvendo todos os atores relevantes: Câmaras Municipais, Centros de Saúde, USFs e ULSs.

4)
Os desafios médicos. Que mudanças puras e duras na medicina e na prática médica?
A pandemia acelerou a tecnologia a um nível impensável. Em todos os domínios se esperam avanços. Que dizer da evolução no modo como os médicos encaram a sua relação com os doentes e no modo como organizam o seu trabalho?

Organizaremos em 2022 um Fórum dedicado à Gestão Clínica e dirigido a médicos.

5)
Hospitais, Reformas a mais dinheiro, ou Reformas a menos dinheiro?
Ninguém sabe como vai ficar o mundo. O dinheiro pode desaparecer. Será que iremos fazer reformas num contexto de escassez financeira?
É uma das questões que estará em cima da mesa.
Organizaremos encontros de decisores e líderes de opinião na saúde com peritos da área financeira.

6)
Recursos Humanos na Saúde.
Seguramente estão mal pagos. Como recuperar do caos da pandemia?
O verdadeiro calcanhar de Aquiles de todas as reformas. O novo Governo terá de encarar de frente esta questão.

Com cada setor profissional seguirão as naturais negociações de carreiras e de remunerações. Mas todas as medidas dos últimos anos, por necessidades pontuais, criaram enormes disparidades nos tempos de trabalho, nos regimes salarias e na produtividade.

Não será necessário acordar um Quadro Global Intra e Interprofissional, e sobretudo, criar as condições para um novo élan e motivação dos profissionais da saúde?
Organizaremos em 2022 um Fórum Interprofissional na Saúde.

7)
Políticas de Saúde
Iremos ter um novo governo, com responsáveis que governarão num novo contexto.
Quais as suas políticas de Saúde?

Acompanharemos a entrada em funções da nova equipa responsável e promoveremos o debate sobras opções tomadas e o seu impacto, bem como as visões sobre todo o setor, incluindo a área social e privada.

Estas são as prioridades que submetemos à reflexão com abertura para reavaliar e alterar.

Submeta AQUI as suas sugestões

2022/03/10 APEGSAUDE